O Sucesso que Destruiu a Marca Nylon

Atualmente, o termo “nylon” é amplamente utilizado como denominação genérica para uma categoria de fibras sintéticas, sem associação exclusiva a uma marca registrada, inclusive no Brasil. A DuPont, empresa que originalmente desenvolveu o nylon, não detém mais direitos exclusivos sobre esse nome.

 

A Invenção do Nylon

O nylon foi criado em 1935 por uma equipe de cientistas liderada por Wallace Carothers, na DuPont, como a primeira fibra sintética totalmente produzida em laboratório. Essa inovação foi patenteada pela DuPont em 1937 e lançada comercialmente em 1938.

O nylon era promovido como “uma fibra mais forte que o aço e mais fina que uma teia de aranha”. A empresa inicialmente utilizou a fibra para fabricar escovas de dentes e, posteriormente, meias femininas, o que transformou o nylon em um enorme sucesso comercial.

 

A Marca “Nylon” Foi Registrada pela DuPont

A marca “Nylon” foi registrada pela DuPont e usada para identificar seus produtos exclusivos. A empresa investiu pesadamente no marketing, tornando o nome sinônimo de modernidade e progresso. No entanto, isso acabou contribuindo para que o termo passasse a ser associado ao material em si, em vez de ser reconhecido como uma marca.

 

Por que a DuPont não Conseguiu Proteger o Nome?

Embora o produto tenha sido patenteado e a marca registrada, a DuPont enfrentou desafios específicos que levaram à perda da exclusividade sobre o nome:

1.Popularização do termo: A DuPont promoveu o nylon como um material revolucionário, e o nome passou a ser amplamente utilizado para se referir à fibra, independentemente do fabricante. O marketing massivo teve o efeito colateral de “genérico-ficar” o nome.

2.Patente ≠ Proteção de Marca: A patente do nylon garantia à DuPont o monopólio sobre o processo de fabricação da fibra por um período limitado (normalmente 20 anos). No entanto, a proteção de marca é uma questão separada, que exige a defesa ativa contra o uso indevido do nome.

3.Falta de ação legal: A DuPont não conseguiu impedir que outras empresas usassem o termo “nylon” para descrever fibras sintéticas semelhantes. Ao não agir contra esses usos, a marca perdeu a exclusividade.

4.Classificação como nome genérico: Com o tempo, “nylon” foi reconhecido como o nome do material (uma poliamida sintética), em vez de um identificador de origem (marca registrada). Isso aconteceu tanto nos Estados Unidos quanto em outros países.

5.Expiração da patente: Quando a patente sobre o processo de fabricação do nylon expirou, outras empresas começaram a produzir o material e a usar o nome “nylon” livremente, reforçando seu uso como um termo genérico.

 

A Nylon Deixou de Ser Marca para Tornar-se um Termo Genérico

Hoje, o termo “nylon” é usado internacionalmente para descrever um tipo de fibra sintética e não está mais associado exclusivamente à DuPont. No entanto, a DuPont continua sendo reconhecida como a inventora dessa tecnologia, e a perda da exclusividade do nome não diminuiu o impacto duradouro de sua inovação.

A história do nylon ensina que, para proteger uma marca, é essencial defender seu uso exclusivo e evitar que se torne sinônimo do produto. Casos semelhantes, como os de “aspirina” e “celofane,” reforçam essa lição no campo da propriedade intelectual.